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Publica??o

Actualidade econ¨®mica de Mo?ambique: Navegando pre?os baixos com sec??o especial sobre risco fiscal

?ltimo n¨²mero: 
  • April 2016


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Independence Square em Maputo, Moambique

? Gustavo Sugahara / FlickR

DESTAQUES DO ARTIGO
  • Pre?os persistentemente baixos das mat¨¦rias-primas, uma perspetiva de crescimento global fraca, e a seca na regi?o ir?o contribuir para desacelerar ainda mais o crescimento econ¨®mico para 5,8 porcento em 2016. Esta perspetiva est¨¢ sujeita a riscos se os investimentos permanecerem moderados e se o aumento da d¨ªvida levar a ajustes severos nas pol¨ªticas fiscais.
  • As interven??es do Banco Central no mercado cambial para reduzir a deprecia??o da moeda e conter press?es inflacion¨¢rias reduziram significativamente as reservas internacionais. A cobertura das importa??es situou-se em pouco mais de dois meses em meados de Mar?o de 2016.
  • A an¨¢lise do risco fiscal destaca a necessidade de melhorar o acompanhamento, a divulga??o e a gest?o da d¨ªvida, ao mesmo tempo que se refor?a a capacidade do governo de gerenciar os investimentos p¨²blicos.

MAPUTO, 03 de maio de 2016 ¨C A primeira edi??o da Actualidade Econ¨®mica de Mo?ambique (Mozambique Economic Update) analisa a evolu??o econ¨®mica recente e avalia as perspetivas econ¨®micas de curto prazo no pa¨ªs. O relat¨®rio tamb¨¦m explora a exposi??o elevada de Mo?ambique a riscos fiscais numa se??o especial com esse enfoque. Tal como muitos outros pa¨ªses ricos em recursos naturais, a economia mo?ambicana continua a enfrentar desafios de pre?os de mat¨¦rias-primas mais baixos, pouca demanda entre os parceiros comerciais e subida das taxas de juros nos EUA, conclui o relat¨®rio. Estes eventos adversos e dif¨ªceis s?o agravados ainda mais pela seca regional, queda dos n¨ªveis de investimento, instabilidade pol¨ªtica e o aumento dos n¨ªveis da d¨ªvida. Como resultado, o investimento direto estrangeiro caiu 24 porcento em 2015, as exporta??es diminu¨ªram em 14 por cento e o crescimento desacelerou para 6,3 por cento, seu n¨ªvel mais lento desde 2009.

O relat¨®rio projeta que o crescimento ir¨¢ desacelerar ainda mais para 5,8 por cento em 2016, antes de subir acima de 7 por cento em 2017. A desacelera??o projetada em 2016 reflete o cont¨ªnuo decl¨ªnio dos pre?os das mat¨¦rias-primas das principais exporta??es mo?ambicanas; efeitos da seca em curso sobre a produ??o agr¨ªcola; assim como uma situa??o fiscal mais severa. Esta perspetiva est¨¢ sujeita as riscos (downward risks) se os investimentos dos megaprojetos de g¨¢s forem diferidos at¨¦ 2017, e se o aumento dos n¨ªveis da d¨ªvida resultarem em ajustes mais severos da pol¨ªtica fiscal. Dada a fraca posi??o externa, uma maior deprecia??o da moeda ¨¦ prov¨¢vel o que ir¨¢ acrescentar ¨¤s press?es inflacion¨¢rias em 2016.

Embora as press?es econ?micas de curto prazo s?o importantes, o relat¨®rio Actualidade Econ¨®mica de Mo?ambique observa que as perspetivas de m¨¦dio prazo para a economia permanecem s¨®lidas. Os fluxos de grandes investimentos no sector do g¨¢s s?o esperados entre 2017 e 2020. Estes fluxos ir?o apoiar a amplia??o do d¨¦fice da conta corrente e impulsionar o crescimento. As exporta??es de g¨¢s s?o esperadas em 2022 e o d¨¦fice da conta corrente poder¨¢ come?ar a diminuir depois disso.

"Dado o ambiente atual, ¨¦ importante que Mo?ambique continue a avan?ar com reformas destinadas a assegurar a estabilidade macroecon¨®mica e, simultaneamente, manter o foco a longo prazo de construir uma economia resiliente e diversificada," lembrou Mark R. Lundell, diretor do Banco Mundial para Mo?ambique, Madag¨¢scar, Maur¨ªcias, Seicheles e Comores.

O relat¨®rio explora igualmente a exposi??o elevada de Mo?ambique aos riscos fiscais decorrentes da d¨ªvida p¨²blica, garantias, empresas estatais e das parcerias p¨²blico-privadas. O mesmo discute o ritmo acelerado com que os passivos t¨ºm acumulado enquanto os mecanismos de due-diligence (aprimoramento/gest?o) para govern¨¢-los permanecem inadaptados. A Atualidade Econ¨®mica de Mo?ambique destaca ainda a necessidade de melhorar o acompanhamento, divulga??o e gest?o da d¨ªvida e riscos fiscais. Estes esfor?os devem ser complementados por medidas destinadas a melhorar a capacidade do governo para avaliar e gerir investimentos.